23 março 2010

Em verdade tenho apenas medos,
nada mais me pertence.
Isso porque não sei viver o presente,
e me guardo aos desagrados do passado
os imaginando em meu futuro.

Não seria isso medo?

E cada coisa que vejo com meus olhos,
sinto de imediato algo no estômago.
Não importa se é bom ou ruim,
pois remate a um passado que não mais volta,
povocando imensa sensação de impotência.

De nada me valhe o passado!
De nada me valhe o estômago!
E muito menos o sentimento.
Me pego sempre em um profundo apego,
certo de que isso está errado.
incerto de minha própria certeza.

Já me dói o estômago,
melhor parar...

21 março 2010

Secretamente sigo todos os seus sentimentos,
Fico atento as suas mudanças de humor,
Sempre à distância.

Só os amores impossíveis é que me atraem.
Secretos, como um segredo escondido de mim mesmo,
Que eu insisto em não desvendar.

Nada declarado é romântico.
Nada previsto vale a pena.
Pura inconclusão de quem não sabe se sabe amar.

E se sei? Como vou explicar?
Se não sei, como fingir te querer?
Não quero nada além do meu amor impossível.

19 março 2010

Não há poesia sem dor,
Não há poeta sem sofrimento.
Se houver, afirmo que mente!
O poeta que escreve sem dor
É apenas um ser sem coragem de enfrenta-lá.
Não é poeta, apenas diz.
Não faz poesias, apenas escreve.

Tem que se ir a fundo,
Cada vez mais fundo, bem profundo.
Mergulhar na imensidão do sofrimento.
Saborear o sufoco da dor.
Se quiser aspirar a ser, poeta.

E por meus medos,
Ainda não mergulho.
Se sou poeta, sou poeta superficial!

E quem tira-me o posto?

11 março 2010

O canto e a música de fundo.
Mas não é qualquer canto, é o canto da parede!

O vértice, a musica de fundo.
Momento único!

Três linhas se encontrando,
E acumulando pó.
A convergência de linhas finitas gera pó, inevitavelmente.
A convergência de vidas finitas gera pó!

Não mecho no pó,
Não falto com o respeito.
Pó é pó, e eu sou nada.
Apenas aprecio a música de fundo...