27 abril 2012

Ah, vamos ser sinceros!

Chega de poesia ruim,
de palavra bonita, manjada, sem sentido.
Chega de cópia indecente,
de cópia inocente e de cópia inconsciente.
Chega,
de estética sem ética
e ética sem métrica
e métrica sem estética.
Chega de falar bobagens rimando,
de escrever cantando.
Chega de falar chega pra provar a si mesmo uma real mudança.
Chega de ser poeta,
de ser punheta, de gozo mal contado.
Chega.

25 abril 2012

o ruim de mim

se deixar que o ruim se vá
ficarás menor
incompleto
te faltarás
pedaços

mas se transformar
trans for mar
acrescentará
multiplicará
dará
mais de si a si mesmo

18 abril 2012

Nada a escrever

Que grande desafio escrever sobre nada.

Seria escrever um ato anti-nada?
Ou o nada escrito é nada também?
Nada sem artigo difere de o nada?
Não é o nada que resta depois do amém?

E se depois da vida nada existir?
Poderia ter nada dentro do tudo?
Nada resta depois de um ruir?
É o nada que passa no meio do tubo?

Só sei que nem sobre nada sei.

16 abril 2012

Dos homens que vi

Vi os homens seguros dos bens que carregavam,
mas os percebi inseguros de si mesmos.

Vi os homens cheios, pesados, carregados,
mas os percebi vazios em si mesmos.

Vi os homens correndo pra todos os lados, 
mas os percebi sem rumo ou direção. 

Vi os homens possuindo e acumulando,
mas os percebi cada vez mais pobres.

Vi os homens lutando por espaço e poder,
mas os percebi decompondo na terra.

Vi os homens firmemente crentes na descrença,
mas os percebi com fé em algo eterno. 

03 abril 2012

saindo do buraco

suba
coma alguns frutos e
espere a árvore crescer
plante uma semente
não tenho pressa de sair
se cair em um buraco

02 abril 2012