As palavras me chegam mansas,
as vezes em desordem,
se misturando com os sentimentos.
Ou na verdade estaria criando-os?
Eu nunca sei, eu nada sei.
Do que posso eu saber?
Só as coloco para fora porque
dentro de mim ninguém consegue ver.
Não sei ao certo se a ordem
agora está certa porque por dentro
sou todo confusão queita,
como diria Pessoa,
sou todo um pouco pessoas distintas,
como diria a confusão.
Na verdade eu nunca sou,
e talvez nunca tenha sido.
Mas me sinto bem assim,
fingindo ser o que nunca serei.
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