30 agosto 2010

despe(r)dida

a despedida
é um estica do peito
que estica
estica
estica
até doer,
mesmo sem romper.

e quando o romper é impossível
o estica é (quase) infinito
e a dor também.

sorte que toda despedida
(que estica, estica, estica...)
é tão elástica
elástica
elástica
que quando chega no limite
volta.

19 agosto 2010

papilas

e seu eu lamber
a pele
suada
pós
fornicação?

negarei
o gosto esfacelado
cansado
embriagado
de prazer?

sentirei a volúpia
do outro corpo
pelas
papilas
gustativas?

figurarei
no quadro
de valores
pré
estabelecidos!

17 agosto 2010

uma vida passando

Andou por caminhos ruidosos - daqueles que cheiravam forte a zinco (mesmo sem saber qual o cheiro prático de zinco) - em busca de objetivos duvidoso - daqueles que não parecem tornar-se algo consideravelmente satisfatório (mesmo que o conceito seja mal empregado, ou impregnado) - que no fim não passariam - os caminhos - de um passatempo inútil que todos os viventes com data marcada pro fim tem que atravessar, mesmo que o drama e a literatura (as vezes juntos) dêem algum prazer a este - o infame passar da vida - ...

08 agosto 2010

poemal

Se achava o tal
Perdeu-se procurando um ideal
Considerou isso mais real
Tornou-se um ser abissal

Mais um vivente acidental [ponto final]

02 agosto 2010

Do que vi na insanidade do mundo...

Porque seguram? Porque levam?
Porque tão grandes?

Me escutem, me escutem, me escutem!
Me deixem abraçá-lo, me deixem segurá-lo aqui
comigo.
Não levem!
PORQUE? PORQUE?

Porque perturbam? Porque tiram minha paz?
Devolve, devolve, devolve!
NÃO LEVA! PARA!

PORQUE?

porque?

Porque os gigantes estão o tirando de mim?

Me deixem abraçá-lo, mais uma vez, uma vez...
uma ultima vez...
UMA ULTIMA VEZ!!!
PORQUE NÃO?

uma última vez, pelo menos...