02 agosto 2012

poema raro da ausência não-sentida

muitos dias se passaram
e ainda outros passarão


fiquei alerta a chegada de qualquer inspiração
ninguém pareceu querer se expressar

ou ousou me usar

dias a fio esperei sem esperar
fingi não acontecer a falta de acontecimento em mim

não chorei
porque não sei mais chorar

fico com a dúvida se nesse tempo existi
ou se apenas vivi/morri

porque viver é morrer

aconteço muito devagar agora para poder deixar sair qualquer coisa

descumpri minha promessa de escrever 
sem confusão

paro antes de alguma desilusão 

Nenhum comentário:

Postar um comentário