Quero uma mulher!
Mas quero uma mulher muda,
Que nada fale e que muito escute.
Que me escute sobre minhas alucinações,
Sobre minhas besteiras infundadas.
Mas que me deixe só quando eu falar de amor,
Reconhecendo logo a cafonisse.
Que ouça com paciência e desdém,
Fingindo interesse falso e destemido,
As minhas poesias mais longas.
Quero uma mulher muda!
Que não seja poeta,
Que nada fala mas que muito diz,
Que muito olha e pouca faz.
Que apenas por ser já se completa,
Deixando a mim apenas o vazio
Pra completar com minhas palavras pobres.
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