De tempos em tempos olhavam pra cima e se incomodavam com a aranha gigante que pairava sobre eles. Ela, estaticamente cruel e medonha, sugava toda e qualquer possibilidade de transformação real. Mandaram algumas cores em forma de luz até ela, talvez na esperança de conquista-lá pela felicidade, ou de combate-la com amorosidade. Conseguiam e comemoravam orgulhosos até olharem pra cima de novo, e vê-la lá, cruelmente medonha e estática. Mas não perdiam a esperança. Alias, no caso deles, não perdiam as esperanças, no plural mesmo. Tinha várias: de que a aranha saísse de cima e deixasse a luz do sol penetrar em suas cabeças confusas, de que eles saíssem de baixo e enxergassem a luz do sol penetrar em seus olhos fracos e ainda de que ela explodisse em raios de de luzes amarelos, azuis e brancos. Talvez sejam mais sonhos do que esperanças. O fato é que a aranha continuava ali, medonhamente estática e cruel.
Que medo.
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