21 abril 2010

talvez não,
mas
não mais.
alguma chance
por fim será
a última.
e o passado
não voltará.

sem prazer.

18 abril 2010

Esse seu jeitinho de olhar
E esse meu jeito de sorrir
É como fogo e ar
Em eterna combustão

Dificil missão
De quem veio ao mundo pra amar

Somos como a brisa e o mar
Só nos existe o litoral
O centro é céu e inferno
O centro é tudo e nada

Infundada ânsia de viver
Se é isso apenas que nos resta

17 abril 2010

Me iludi!
E o fiz com total sabedoria.
Sabia dos riscos, e arrisquei.
Não hesitei em desejar,
Mesmo sabendo da decepção.

Não há mal nenhum em criar expectativas.
O mal reside eu não aprender (nunca) com as decepções.

O que há de errado em viver a vida?
O errado é que ela gasta,
A cada minuto ela passa, e passa...
E volta?
Não, não volta.

Não há mal nenhum em gastar a vida.
Mas viver é, de fato, desgastante.

16 abril 2010

Tive que me expremer
Pra conseguir exprimir
Tamanho sentimento.

E ainda assim não consegui.
Falhei, mais uma vez falhei.
As expressões sempre falham
Ao exemplificar os sentimentos.

É aperto no peito,
É chuva, sol e vento.
Só me resta o desamasso.

11 abril 2010

Me entorpeço ao som de Moacir Santos.
O mau da minha geração
É considerar, e acreditar, que caminhos paralelos
Levam a destinos diferentes.

Me enterpeço mais, ao som de Cartola.
Sinto-me astuto, algo mais.
O feio vira belo, o nada vira algo.
A mentira, essa sim, continua a mesma.

Hipocrisia reinante;
O tempo passando pelo puro prazer de passar.
A inércia, o nada.
E ainda acreditamos ser algo!

Que decepção essa minha geração,
Acham mesmo que plantar uma árvore adianta?
Caminhos paralelos não se cruzam,
Mas também nunca se desviam.

Aguardo o meu final (in) feliz.

09 abril 2010

Tempo, momento, vento.
E tudo se foi,
Tudo sempre se vai.
As coisas passam e o observador fica.
Será que esse sou eu?

Só o eterno é real!
Serei eu irreal?
A tênue linha divisória,
Entre a sanidade e a loucura,
Uso como lençol.
Me finjo de morto e me escondo embaixo.
Ninguém incomoda os mortos.

Me deixem em paz!
Minhas mudanças eu mesmo promovo.
Se me movo, tem um porque.
Nada que faço é sem motivo,
Mas muita coisa é sem razão.

O morto não observa;
E se não vê, nada existe.
Nada passa, nem o tempo.
O morto é eterno!
E que conforto esconde embaixo do lençol!
Ninguém passa pela vida sem pensar na morte,
Ninguém passa pela morte e volta pra contar...

07 abril 2010

Momentos, paixões
Acontecimentos eternamente finitos
Infinitamente passageiros
Considerei como vida a sua própria negação
Acreditei ser real o que um dia morre

Continuação, esfacelação
A comilança do presente o tempo todo
E o passado, pura digestão
Como um cachorro, me pego a frente do forno
Esperando o futuro me trazer o prato principal

A morte
Esse é o prato principal de nossas vidas
Sugiro, de coração, que comam a sobremesa antes
O medo de uma vida falha
O meu medo

Me entorpeço fingindo não estar no agora
Fujo, fujo, fujo, posso fugir
Quero ver quem me perseguirá
Se vierem, eu agradeço
Corro sem nenhum destino

O nada é meu rumo
Não sou nada, sou rumo pra sê-lo
Percorre esse longo caminho sem volta
Nunca há volta
Apenas, talvez, a vida

Me encerro em meus pensamentos
Sou anti-vida, sou pensador
Doce ilusão a felicidade pra quem pensa
amargo o gosto da consciência
Se nada vale a pena, eu rumo

Rumemos!

05 abril 2010

Não adiantam as palavras.
O mais belo poema não bastaria,
Nem sequer uma prosa longa.
O seu sorriso é muito mais.

Ao vê-lo, também sorrio.
E estagno assim, mente vazia,
Pura contemplação.
O seu sorriso é ainda mais.

Não sei como é o mundo a sua volta.
Você preenche todo o campo da visão,
Nada mais existe ao te ver.
O seu sorriso é infinito.

E agora o pensamento se forma
Com uma só imagem,
Que já me basta pra viver.
O seu sorriso é!