07 abril 2010

Momentos, paixões
Acontecimentos eternamente finitos
Infinitamente passageiros
Considerei como vida a sua própria negação
Acreditei ser real o que um dia morre

Continuação, esfacelação
A comilança do presente o tempo todo
E o passado, pura digestão
Como um cachorro, me pego a frente do forno
Esperando o futuro me trazer o prato principal

A morte
Esse é o prato principal de nossas vidas
Sugiro, de coração, que comam a sobremesa antes
O medo de uma vida falha
O meu medo

Me entorpeço fingindo não estar no agora
Fujo, fujo, fujo, posso fugir
Quero ver quem me perseguirá
Se vierem, eu agradeço
Corro sem nenhum destino

O nada é meu rumo
Não sou nada, sou rumo pra sê-lo
Percorre esse longo caminho sem volta
Nunca há volta
Apenas, talvez, a vida

Me encerro em meus pensamentos
Sou anti-vida, sou pensador
Doce ilusão a felicidade pra quem pensa
amargo o gosto da consciência
Se nada vale a pena, eu rumo

Rumemos!

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